Entrevista-Amy Lee ( Evanescence) e Mana-sama.
Q: Inicialmente, qual foi a primeira impressão que tiveram um do outro?
Amy Lee: Minhas roupas estão muito comuns *compara com o Mana* …uma vergonha. Se eu tivesse mais tempo, eu teria me vestido melhor.
Mana: Isto não foi um problema para mim. Eu a vi em um show em Yokohama, naquele momento, eu pensei que ela parecia muito intensa. Mas, hoje, como eu a vejo, na realidade ela é kawaii (kawaii = fofa, graciosa, etc.)
Amy: aah!! a verdade é que quando estou no palco com o foco na música, existe a necessidade de passar uma impressão dramática, não é? E, bem, isso ocorre quando estou no palco, e meu “eu normal” são duas pessoas completamente diferentes. Quando saio do palco, eu tomo um fôlego profundo e penso ” Quero voltar ao normal!!”.
Mana: O mesmo ocorre comigo quando estou num show, eu tento unir todas as minhas forças no palco.
Q: Mesmo sendo a terceira vez que o Evanescence vem ao Japão, desta vez ocorreu algo diferente?
Amy: Eu estava preocupada que tinham sido 3 anos desde que eu estive no Japão,mas, pelo contrário, a energia que eu recebi dos fãs me surpreendeu. Eles também nos deram presentes, e eu aprendi muitas coisas sobre a cultura japonesa… mas hoje eu devo continuar a turnê na Austrália, esta turnê no Japão foi muito divertida.
Mana: Para o Moi dix Mois, a turnê fora do país são concentradas na Europa. E, apesar de eu ter ido num evento nos Estados Unidos, na realidade eu acredito que dar um show para um publico estrangeiro deixa uma marca de força e agressividade. Eu não sei se é uma coisa cultural, mas pode ser que o publico japonês seja mais calmo, neste sentido.
Amy : Sim, a ultima vez que eu estive aqui eu pensei isso, mas desta vez eu acho que eles não se reprimiram tanto. Pode ser que o publico japonês esteja mudando.
Mana: Ah, eu também acho isso. Apesar da minha aparência atrair mais fãs do sexo feminino, nos últimos tempos, no Japão, o publico masculino vem crescendo, e eu tenho a impressão que a energia nos shows também tem crescido.
Amy: Nos nossos shows nos EUA, eu acredito que a proporção entre fãs homens e mulheres seja aproximadamente a mesma. para uma banda de rock, é normal que hajam mais homens. Então, sendo 50-50 parece ser bom para mim, é uma boa porcentagem.
Q: Vocês dois apareceram na mesma revista européia gótica, vocês devem ter algumas coisas em comum.
Amy: Sim, provavelmente, em termos musicais, nós somos muito similares.
Q: E relacionado ao gótico, não importa que seja algo obscuro, qual a sua impressão?!
Amy: É difícil explicar isso com uma palavra, mas dói em mim quando as pessoas que ouviram anteriormente a nossa musica, ficam presas a nossa imagem. É uma verdade que a musica do Evanescence contém muitos elementos góticos, e recebe muitas influencias do gótico. Se você tivesse que nos descrever, eu diria que seria a escuridão do inicio da era Vitoriana. Nós temos tanta influencia do clássico quanto do metal, como o digital, e nosso estilo musical é composto destes elementos.
Mana: É realmente difícil dizer isso numa só palavra. Desde minha infância eu fui influenciado pelos filmes do oculto e vampiros, e também por filmes como “La profesía”. Depois, meu pai foi professor de musica clássica, desde minha infância tive uma inclinação para a musica.
Amy: isso é muito bom.
Mana: Por isso, eu acho que temos muito em comum. Talvez por causa da imagem gótica que trago comigo, as coisas obscuras e belas. Eu acho que seria a combinação com o belo, certo?
Amy: Eu concordo completamente. Para ir de encontro com o contraste, e expressar a beleza destas coisas. Recentemente Mana-sama estava falando sobre a influencia que ele recebeu vendo filmes de terror, pessoalmente, eu amo todos os trabalhos do Tim Burton. Nosso baterista, o Rocky Gray, e nosso guitarrista, o John LeCombt, também gostam de filmes de terror, e durante a turnê eles costumam assistir as mesmas coisas. Em particular, o material dos anos 70 até os 90 é onde está a maioria das nossas influencias.
Mana: Estou com inveja. Os outros membros do Moi dix Mois nunca mencionam nada sobre filmes de terror.
Q: Você recentemente mencionou ” a imagem vem primeiro”, não acha que isso é um ponto central do visual?
Amy: Sim, é o ponto central, mas para um artista a imagem não é tudo. A primeira coisa é que a musica deve ser entendida. Mas seria bom construir ambos a imagem e a musica juntos.
Mana: Também penso da mesma forma. Com isso, planejo juntar ambos a beleza e a escuridão. Na musica, eu quero mostrar o mesmo, do mesmo modo. Por isso, criei minha própria grife de roupas “Moi meme Moitie”. E eu aplico no “Elegant Gothic Lolita” a combinação do gótico e a ternura das lolitas.
Q: Amy, você tinha algum interesse no estilo Gothic/Lolita do Japão?
Amy: Sim, sempre gostei muito. Com esta turnê no Japão, eu tive a oportunidade de ir a Tokyo por alguns dias, e pensei que eu acabaria comprando muitas coisas do estilo. Para ser honesta, a união da escuridão e a ternura não somente me interessa, mas é realmente muito amável. Eu também gosto muito das aranhas.(que aranhas? XDDD)
Mana: Ano passado, tive o prazer de estar no “Wave Gotik Treffen” na Alemanha, um grande evento (maior festival gótico, que começou em 1992) e eu senti que o gótico é muito presente na cultura Alemã. E em comparação a Alemanha, o Japão tem apenas um crescente interesse no gótico.
Amy: Sobre a Europa ,atualmente, a verdade é que, em termos culturais e históricos, eles estão acima dos Estados Unidos. E dentre os que comparecem aos nossos shows, apesar de existirem muitos que sao influênciados pela imagem da banda, também existem muitos que são influênciados pelo gótico.
Q: O que lhe fascina tanto sobre a escuridão e o belo nos Estados Unidos?
Amy: Claro que não há muito sobre a cultura gótica nos Estados Unidos. Falando sobre as origens, ela não veio de lá. Originalmente não era sobre seguir uma moda, definitivamente não era somente para apenas seguir apenas o gótico, é uma coisa que eu entendi, quando ouvi Body Subject, fui ver o Depeche mode,e essas coisas… eu mencionei o Tim burton, o que eu mais gosto é o “The Nightmare Before Christmas”. Acho que minha influencia veio de pessoas de bandas como Danny Elfman.
Q: Vocês lideram suas respectivas bandas, qual é o seu maior objetivo?
Amy: Musica, eu acho que é importante estar constantemente fazendo criticas sobre si próprio. Fazendo novos álbuns, continuar ousando com coisas novas. E sobre o objetivo da banda… até um certo ponto, eu acredito que nós conseguimos alcançar muitas coisas. Quando fazemos musica, queremos ser ouvidos e atrair a atenção de muitos, queremos ser entendidos. É algo difícil, e é nosso maior objetivo.
Mana: Sobre o Moi dix Mois, a maior parte de nossas composições vem do japonês, e eu não sei o grau de entendimento que as pessoas tem de japonês ao redor do mundo, mas eu acredito que nosso objetivo é ir o mais longe possível com nossa língua nativa.
Amy: Isso é impressionante. Eu penso o mesmo, alcançar outros países com músicas de sua própria linguagem e ser entendido é algo excepcionalmente interessante.
Q: E por ultimo, mesmo na europa, vocês acham que o Evanescence e o Moi dix Mois dividem o mesmo cenário?
Amy: isso seria bom.
Mana: Seria divertido. O que estamos conversando hoje, e tudo que temos em comum, mesmo o clássico, nós gostamos da escuridão, nós temos muitas coisas em comum. Por isso, seria bom que fizéssemos um show juntos.
Amy: Obrigada, eu estava pensando o mesmo. Em todos esses dias e durante todas as entrevistas, ter a oportunidade de conversar com um artista que divide o mesmo objetivo musical que eu me deixou muito feliz. Do meu coração, muito obrigada por este momento maravilhoso.
Mana: Aqui….tenho um presente para você…. (entrega um produto da Moi Meme Moitie)
Amy: * ri * Muito obrigada, é tão lindo! (ela coloca o colar, que recebeu)
(A entrevista ocorreu em janeiro deste ano)*
Que atencioso os dois *-*
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